22 setembro 2025



Que ninguém passe por ti em vão

Platão foi um filósofo grego. Nasceu em Atenas, em 427 a.C., e morreu por volta de 347 a.C. Foi discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles, formando uma das tríades mais influentes da filosofia ocidental. 

Escreveu seus ensinamentos em forma de diálogos filosóficos, nos quais frequentemente Sócrates é o personagem principal.

Algumas de suas obras mais famosas são:

A República (sobre justiça e a cidade ideal)

O Banquete (sobre o amor)

Fedro (sobre a alma e a retórica)

Timeu e Parmênides (sobre cosmologia e metafísica)

Uma das ideias centrais de Platão é o “bem” como princípio supremo. Para ele, o bem é a forma mais elevada e a fonte de toda verdade e justiça.

Outra concepção marcante é a da “Alegoria da Caverna”: metáfora sobre o conhecimento e a ignorância, na qual os homens vivem presos às sombras (ilusões) até despertarem para a luz da verdade (tema para outro dia).

Vamos nos concentrar na ideia da prática do “bem”.

Platão nos ensinou que a alma humana só encontra sua plenitude ao praticar o bem. 

Viver é mais do que existir — é tocar o outro com presença, com palavra, com gesto. Que ninguém cruze teu caminho e diga: “Dele, nada recebi.”

Mesmo no silêncio pode haver acolhimento, e até um olhar pode ser luz para quem anda na escuridão. O verdadeiro sábio não acumula virtudes para si; ele as reparte como quem distribui água a viajantes sedentos.

Se não for possível ensinar, que se inspire. Se não for possível curar, que ao menos não se machuque. Mas se houver oportunidade de doar algo,  uma escuta, um pensamento, um alento, que não se perca.

Ser útil ao outro é caminhar rumo ao bem. E o bem, dizia Platão, é aquilo que nos torna mais próximos do divino.

Platão não apenas influenciou profundamente a filosofia, mas também a teologia, a política, a psicologia e a educação. Sua Academia funcionou por quase 900 anos, até ser fechada no século VI d.C.

Que o bem não seja apenas um ideal filosófico, mas um gesto diário.

Que sejamos lembrados, não pelo que possuímos, mas pelo que soubemos oferecer.

E que, ao fim de nossa jornada, se possa dizer com verdade: “Dele, recebi muito.”

Jonas Comin


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